Ela vendia um celular quando seu próprio aparelho tocou e,
ao escutar a mensagem do outro lado da linha, desabou em lágrimas. Os clientes
perguntaram se alguém havia falecido e ela disse: “Muito pelo contrário, vou
poder salvar uma vida”. Este foi o breve relato da moradora de Presidente Venceslau,
Anelize Lopes Barbosa, 36 anos, ao descobrir que sua medula era 100% compatível
com uma pessoa de 13 quilos. Para o Grupo Madu Medula, de Presidente Prudente,
este é um exemplo que deve ser seguido.
Com o objetivo de promover o bem e ajudar o próximo, a
vendedora se cadastrou em 2007 no Redome (Registro Nacional dos Doadores de
Medula Óssea) e apenas em 2015 recebeu a ligação que mudaria parte de sua
história: ela seria a doadora de medula óssea no Hemocentro de Campinas, onde
efetuou o procedimento na última quinta-feira.
De acordo com Anelize, na época em que se cadastrou, ocorria
uma campanha na região para uma criança em específico, no entanto, após os
exames de sangue, a compatibilidade não foi confirmada. Após deste episódio,
seu registro ficou arquivado e, 9 anos depois, um paciente foi identificado
como compatível. “Desde o momento em que soube, não paro de me emocionar”, diz.
Mãe de três filhos, sendo o menor com seis anos de idade,
Anelize explica que desconhece a identidade do receptor, entretanto, sabe que
este pesa 13 quilos, o que significa que é uma criança. “Meu sonho foi
concretizado. Vou ajudar uma vida”, emociona-se.
Como reflexão deste momento, a doadora relata que todos
devem contribuir com o banco de dados do Redome. Segundo ela, o reconhecimento
da equipe médica é imediato. “Quando fui para o transplante, os profissionais
se dirigiram a mim como uma pérola preciosa”.
Anelize fica até o próximo domingo em observação médica.
Após este período, garante que estará disponível para novos projetos sociais.
“Vou continuar compartilhando o bem”, estima.
Madu Medula
Conforme o voluntário do grupo Madu Medula, Geraldo Maia
Filho, 58 anos, o interesse da população é primordial para a quantidade de
cadastros. Desta maneira, aqueles que tiverem intenção devem buscar o
Hemonúcleo anexo à Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente. Geraldo
explica que o procedimento para a doação é “simples”, que muitas vezes ocorre
como uma doação de sangue. “Muitos estão equivocados quanto ao método”, diz.
Sobre a atitude da Anelize, Geraldo espera que “seja partilhada pelos moradores
da região”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário