A Operação Ethos, realizada pela Polícia Civil e pelo
Ministério Público Estadual (MPE), através do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco), prendeu sete advogados no Oeste Paulista,
nesta terça-feira (22). Os presos são suspeitos de envolvimento com uma facção
criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Estado de São Paulo. Entre os
presos, estão duas mulheres e cinco homens.
Segundo o delegado Éverson Contelli, oito mandados de prisão
estavam previstos para serem executados na região. “Dos oito [mandados],
cumprimos sete e uma advogada, de Pirapozinho, ainda está foragida. Foram cinco
prisões em Presidente Prudente, uma em Presidente Venceslau e outra Estrela do
Norte. Todos prestaram depoimento e serão encaminhados para unidades prisionais
da região”, explicou o delegado.
De acordo com Contelli, a prisão dos suspeitos é preventiva
por cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período. As mulheres serão
levadas para o presídio feminino de Tupi Paulista e os homens para a
Penitenciária "Zwinglio Ferreira", a P1 de Presidente Venceslau.
Todos ficarão em sala especial por possuírem ensino superior, ainda segundo o
delegado.
A operação
A operação teve início às 6h desta terça-feira (22). Na casa
dos detidos, os agentes apreenderam documentos, notebooks e celulares, que
serão periciados.
O inquérito policial sobre o caso foi instaurado em maio de
2015 para apurar crimes de organizações criminosas, lavagem de dinheiro,
associação para fins de lavagem, exploração de prestígio e corrupção ativa.
As investigações começaram após informações reveladas
através de uma carta que foi interceptada por agentes da Penitenciária
“Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, no dia 11
de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina realizado no
telhado sobre os raios 3 e 4 da unidade.
Conforme a Polícia Civil, os envolvidos nos crimes tinham
uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – modo como é tratado o
departamento jurídico da facção criminosa – criada inicialmente para prestação
de serviços exclusivamente jurídicos aos líderes da “sintonia final geral” ou
“conselho deliberativo”, que são os chefes da organização ilícita. Esses
advogados evoluíram da licitude para a ilicitude, porque se percebeu a
capacidade de infiltração dessa célula, sempre blindada pelo sigilo
constitucional do advogado.
A ação, realizada no Estado, contou com 159 delegados, 459
policiais civis, 65 promotores e 167 viaturas. Representantes da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) também acompanharam as buscas nas residências e as
prisões dos suspeitos.
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