Gabriel

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Operação Ethos prende sete advogados na região

A Operação Ethos, realizada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual (MPE), através do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), prendeu sete advogados no Oeste Paulista, nesta terça-feira (22). Os presos são suspeitos de envolvimento com uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Estado de São Paulo. Entre os presos, estão duas mulheres e cinco homens.

Segundo o delegado Éverson Contelli, oito mandados de prisão estavam previstos para serem executados na região. “Dos oito [mandados], cumprimos sete e uma advogada, de Pirapozinho, ainda está foragida. Foram cinco prisões em Presidente Prudente, uma em Presidente Venceslau e outra Estrela do Norte. Todos prestaram depoimento e serão encaminhados para unidades prisionais da região”, explicou o delegado.

De acordo com Contelli, a prisão dos suspeitos é preventiva por cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período. As mulheres serão levadas para o presídio feminino de Tupi Paulista e os homens para a Penitenciária "Zwinglio Ferreira", a P1 de Presidente Venceslau. Todos ficarão em sala especial por possuírem ensino superior, ainda segundo o delegado.

A operação

A operação teve início às 6h desta terça-feira (22). Na casa dos detidos, os agentes apreenderam documentos, notebooks e celulares, que serão periciados.
O inquérito policial sobre o caso foi instaurado em maio de 2015 para apurar crimes de organizações criminosas, lavagem de dinheiro, associação para fins de lavagem, exploração de prestígio e corrupção ativa.

As investigações começaram após informações reveladas através de uma carta que foi interceptada por agentes da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, no dia 11 de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina realizado no telhado sobre os raios 3 e 4 da unidade.

Conforme a Polícia Civil, os envolvidos nos crimes tinham uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – modo como é tratado o departamento jurídico da facção criminosa – criada inicialmente para prestação de serviços exclusivamente jurídicos aos líderes da “sintonia final geral” ou “conselho deliberativo”, que são os chefes da organização ilícita. Esses advogados evoluíram da licitude para a ilicitude, porque se percebeu a capacidade de infiltração dessa célula, sempre blindada pelo sigilo constitucional do advogado.


A ação, realizada no Estado, contou com 159 delegados, 459 policiais civis, 65 promotores e 167 viaturas. Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também acompanharam as buscas nas residências e as prisões dos suspeitos.

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