Gabriel

terça-feira, 3 de março de 2015

Projeto ligado ao esporte resgata crianças e jovens das ruas de Epitácio

Idealizada por um professor de educação física, iniciativa gratuita atende cerca de 80 alunos carentes do município com idade entre 8 e 18 anos


Ronaldo Nascimento


Não tem preço. Essa foi a definição usada pelo professor de educação física, Celso Renato Szucs Azevedo, 38 anos, para descrever o seu sentimento ao falar de um trabalho voluntário que desenvolve no Oeste Paulista. Apesar de ser dono de uma academia particular em Presidente Epitácio, o educador se diz orgulhoso em poder contribuir com o crescimento educacional de cerca de 80 crianças e adolescentes carentes com idade entre 8 e 18 anos. Há dois anos a iniciativa ensina jiu-jítsu, muay thai e judô gratuitamente e se tornou referência no município que possui pouco mais de 43 mil habitantes.

“Eu tive a ideia de fundar esse projeto a partir do momento em que comecei a perceber uma grande quantidade de meninos e meninas que não tinham o que fazer em casa e ficavam andando pelas ruas da cidade. Mesmo não tendo muita condição financeira, percebi que poderia ajudá-los de alguma forma e tentar resgatá-los para o caminho do bem. Era visível a quantidade de jovens usando drogas ilícitas e isso me tocou, até porque também sou pai”, - explica o professor de educação física.
Mais que um espaço para treinamentos, o Projeto Lutando Pela Vida (Lupevi) se tornou uma espécie de segunda casa para os participantes. Segundo Celso Renato, o seu maior orgulho é ver os alunos reunidos ansiosos para o início de cada aula.

 “É muito gratificante, eu as vezes não encontro palavras para descrever o tamanho da minha felicidade (emocionado). É um sentimento único e principalmente por saber que eles (alunos) deixaram as ruas para praticar um esporte. Para mim, independente de competir ou não sei que estou ajudando de alguma forma e isso não tem preço”.

Atualmente em novas instalações, o professor de educação física conta que o início foi em um outro endereço e mesmo sendo em um espaço menor era possível dividir os treinos dos esportistas da academia com as aulas do Lupevi. No entanto, o aumento na quantidade de alunos e a procura por vagas no projeto movimentou outras pessoas do município.

Além de treinadores voluntários, a iniciativa ganhou mais um aliado: o comércio local. Pessoas de vários setores da sociedade começaram a contribuir e vivenciar a mesma experiência de ajudar o próximo sem algo em troca.

- Descobri um espaço maior e melhor para montar a minha academia. Porém, preciso destacar a importância de alguns comerciantes nessa ajuda e principalmente os professores que compraram a minha ideia e sentem prazer em ensinar de graça. É uma junção de várias coisas e tenho certeza de que ajudaremos muito mais pessoas. Acho que temos que pensar nos jovens como um todo e só assim teremos a chance de melhorar as perspectivas do mundo de modo geral.

Perguntado sobre o futuro, Celso Renato faz questão de dizer que continuará contribuindo com a formação das crianças e dos adolescentes e elenca o grupo de colaboradores que o ajudam no projeto.
- Não posso deixar de agradecer os professores Rafael Evandro, Rafael Soares, Tarcísio Viana, César Merigio e um agradecimento especial ao Anderson Merigio que não está mais na academia, mas nos ajudou muito no início de tudo.


Os treinos no projeto são realizados de segunda a sexta-feira e cada modalidade é ministrada uma vez ao dia, sendo que todos os alunos atendidos pelo projeto passam por uma triagem na hora do cadastro.

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