Idealizada por um professor de educação física, iniciativa gratuita atende cerca de 80 alunos carentes do município com idade entre 8 e 18 anos
Ronaldo Nascimento
Não tem preço. Essa foi a definição usada pelo professor de
educação física, Celso Renato Szucs Azevedo, 38 anos, para descrever o seu
sentimento ao falar de um trabalho voluntário que desenvolve no Oeste Paulista.
Apesar de ser dono de uma academia particular em Presidente Epitácio, o
educador se diz orgulhoso em poder contribuir com o crescimento educacional de
cerca de 80 crianças e adolescentes carentes com idade entre 8 e 18 anos. Há
dois anos a iniciativa ensina jiu-jítsu, muay thai e judô gratuitamente e se
tornou referência no município que possui pouco mais de 43 mil habitantes.
“Eu tive a ideia de fundar esse projeto a partir do momento
em que comecei a perceber uma grande quantidade de meninos e meninas que não
tinham o que fazer em casa e ficavam andando pelas ruas da cidade. Mesmo não
tendo muita condição financeira, percebi que poderia ajudá-los de alguma forma
e tentar resgatá-los para o caminho do bem. Era visível a quantidade de jovens
usando drogas ilícitas e isso me tocou, até porque também sou pai”, - explica o
professor de educação física.
Mais que um espaço para treinamentos, o Projeto Lutando Pela
Vida (Lupevi) se tornou uma espécie de segunda casa para os participantes.
Segundo Celso Renato, o seu maior orgulho é ver os alunos reunidos ansiosos
para o início de cada aula.
“É muito
gratificante, eu as vezes não encontro palavras para descrever o tamanho da
minha felicidade (emocionado). É um sentimento único e principalmente por saber
que eles (alunos) deixaram as ruas para praticar um esporte. Para mim,
independente de competir ou não sei que estou ajudando de alguma forma e isso
não tem preço”.
Atualmente em novas instalações, o professor de educação
física conta que o início foi em um outro endereço e mesmo sendo em um espaço
menor era possível dividir os treinos dos esportistas da academia com as aulas
do Lupevi. No entanto, o aumento na quantidade de alunos e a procura por vagas
no projeto movimentou outras pessoas do município.
Além de treinadores voluntários, a iniciativa ganhou mais um
aliado: o comércio local. Pessoas de vários setores da sociedade começaram a
contribuir e vivenciar a mesma experiência de ajudar o próximo sem algo em
troca.
- Descobri um espaço maior e melhor para montar a minha
academia. Porém, preciso destacar a importância de alguns comerciantes nessa
ajuda e principalmente os professores que compraram a minha ideia e sentem
prazer em ensinar de graça. É uma junção de várias coisas e tenho certeza de
que ajudaremos muito mais pessoas. Acho que temos que pensar nos jovens como um
todo e só assim teremos a chance de melhorar as perspectivas do mundo de modo
geral.
Perguntado sobre o futuro, Celso Renato faz questão de dizer
que continuará contribuindo com a formação das crianças e dos adolescentes e
elenca o grupo de colaboradores que o ajudam no projeto.
- Não posso deixar de agradecer os professores Rafael
Evandro, Rafael Soares, Tarcísio Viana, César Merigio e um agradecimento
especial ao Anderson Merigio que não está mais na academia, mas nos ajudou muito
no início de tudo.
Os treinos no projeto são realizados de segunda a
sexta-feira e cada modalidade é ministrada uma vez ao dia, sendo que todos os
alunos atendidos pelo projeto passam por uma triagem na hora do cadastro.
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